Objetivo é provocar o poder público a produzir informações claras sobre situação que afeta vacinação de migrantes internacionais na cidade.
A Frente Nacional pela Saúde e Migrantes enviou nesta segunda-feira ofício solicitando informações à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo a respeito dos protocolos de atendimento destinados a migrantes que buscam as Unidades Básicas e Saúde de São Paulo para completar seu ciclo vacinal contra a Covid-19 após terem sido vacinados em seus países de origem com doses da vacina Sputnik V.
A ação foi deliberada na última reunião da Rede de Cuidados em Saúde para Imigrantes e Refugiados, realizada no dia 03/12, após o Centro de Referência e Atendimento ao Imigrante Oriana Jara (CRAI - Oriana Jara), organização ligada à Prefeitura de São Paulo, relatar dificuldades enfrentadas por migrantes internacionais para completar seus ciclos vacinais em UBS's da capital paulista após terem tomado a primeira dose da vacina Sputnik V em seus países de origem.
As equipes de saúde não receberam orientações sobre como a intercambialidade deve ser feita, já que a vacina de origem russa não recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para ser incluída no Programa Nacional de Imunização.
Muitos outros países, no entanto, adotaram o imunizante em suas campanhas de vacinação. É o caso, por exemplo, de Angola, Bolívia, Argentina, Gana, Camarões, Paraguai, Venezuela e Paquistão. O documento enviado à SMS-SP destaca que "segundo o Observatório das Migrações em São Paulo, os nacionais destes países totalizam uma população de 134.074 pessoas no município de São Paulo, considerando apenas aquelas regularizadas."
Equipe da UBS Jardim Fanganiello em ação de vacinação de migrantes no CEU Lajeado no dia 11/09. Foto: André Vito / Cruz Vermelha Brasileira
Durante as ações de vacinação de migrantes promovidas nos últimos meses na cidade, a dificuldade também ocorreu: nacionais bolivianos que haviam sido vacinados com a primeira dose de Sputnik V na Bolívia foram ao evento na expectativa de completarem seu ciclo vacinal. As equipes de saúde presentes, no entanto, não haviam recebido orientação sobre como proceder, e só realizaram a aplicação da dose após buscarem, por conta própria, respostas na internet.
A fabricante do imunizante afirmou, em dois comunicados à imprensa publicados em julho e agosto, que estudos indicavam a segurança na combinação entre doses do imunizante Sputnik V e os da AstraZeneca (CoviShield), Sinopharm (Coronavac) e Moderna. As publicações podem ser acessadas na íntegra aqui e aqui.
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